Pesquisa indica que a psilocibina tem efeitos analgésicos duradouros em camundongos

A dor crônica é uma condição debilitante que afeta uma parcela significativa da população adulta. Os tratamentos disponíveis apresentam eficácia e segurança limitadas, o que motiva a busca por novas abordagens terapêuticas. Pesquisas iniciais sugerem que psicodélicos clássicos podem ter potencial para o manejo da dor crônica, embora estudos clínicos sejam necessários para confirmar essa possibilidade.

Uma pesquisa da Universidade da Comunidade da Virgínia (EUA) investigou os efeitos de psicodélicos clássicos, como a psilocibina e o 2,5-Dimetoxi-4-iodoanfetamina (DOI), em modelos animais de dor crônica, incluindo neuropatia induzida por quimioterapia e inflamação crônica em camundongos.

Os resultados, publicados na revista Pharmacological Research, demonstraram que ambas as substâncias reverteram a hipersensibilidade mecânica (aumento anormal da sensibilidade à pressão ou ao toque leve), além da hipersensibilidade ao frio e ao calor. Entretanto, a psilocibina proporcionou alívio mais duradouro da dor, com efeitos que persistiram entre 6 e 14 dias após uma única administração, enquanto o DOI teve uma ação mais curta. A pesquisa também confirmou que esses efeitos analgésicos foram mediados pela ativação dos receptores 5-HT2A. Além disso, a psilocibina reduziu comportamentos associados à ansiedade induzida pela quimioterapia.

Esses achados reforçam o potencial terapêutico dos psicodélicos clássicos na modulação da dor crônica por meio da ativação dos receptores 5-HT2A, ressaltando a necessidade de estudos clínicos em humanos para avaliar sua eficácia e segurança.

O artigo está disponível na íntegra:

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1043661825001240?via%3Dihub

Referência

Koseli E, Buzzi B, Honaker T, Rakholia Y, Lewis M, Gaines-Smith M, Jaster AM, Gonzalez-Maeso J, Damaj MI. IUPHAR Article: Psilocybin induces long-lasting effects via 5-HT2A receptors in mouse models of chronic pain. Pharmacol Res. 2025 Mar 17;215:107699. doi: 10.1016/j.phrs.2025.107699.

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