Psilocibina ajuda pacientes com depressão a recuperar a empatia emocional, aponta estudo
A empatia é uma habilidade essencial na experiência humana, que envolve compreender e compartilhar os pensamentos e sentimentos de outra pessoa em situações difíceis, além de conseguir expressar isso de forma adequada.
Em pessoas com transtornos psiquiátricos, como a depressão, é comum observar uma redução significativa na empatia. Estudos anteriores com voluntários saudáveis já haviam mostrado que a psilocibina pode aumentar temporariamente a empatia emocional. Contudo, os efeitos dessa substância em pessoas com depressão e sua relação com a empatia ainda não haviam sido estudados.
Um estudo recente, publicado na revista científica Molecular Psychiatry, analisou os efeitos da terapia com psilocibina na empatia de pacientes com depressão. No estudo, 51 participantes foram divididos aleatoriamente para receber uma dose única de psilocibina ou placebo, dentro de um programa de suporte psicológico de 4 semanas. Os pesquisadores avaliaram as mudanças na empatia dos participantes em quatro momentos: antes do tratamento e 2 dias, 1 semana e 2 semanas após a intervenção, utilizando o Teste Multifacetado de Empatia, uma ferramenta psicométrica.
Os resultados revelaram que os pacientes tratados com psilocibina tiveram uma melhora significativa na capacidade de reconhecer e compartilhar emoções, principalmente ao responder a imagens ou situações positivas, como cenas de pessoas felizes ou interações agradáveis. Essas melhorias foram mais pronunciadas do que no grupo que recebeu o placebo e continuaram por pelo menos duas semanas após o tratamento.
Embora mais pesquisas sejam necessárias, este estudo destaca o potencial da psilocibina para restaurar a empatia emocional em pessoas com depressão e abre novos caminhos para compreender melhor seus efeitos na mente.
Referência
Jungwirth J, von Rotz R, Dziobek I, Vollenweider FX, Preller KH. Psilocybin increases emotional empathy in patients with major depression. Mol Psychiatry. 2024 Dec 18. doi: 10.1038/s41380-024-02875-0.
Disponível na íntegra:
https://www.nature.com/articles/s41380-024-02875-0