O que é a dissolução do ego?
A dissolução do ego, também conhecida como morte do ego, é uma experiência subjetiva que pode ocorrer durante práticas como meditação profunda ou após a ingestão de uma dose psicodélica significativa. O termo surgiu na metade do século 20 para definir um aspecto particular das experiências psicodélicas, frequentemente ligado a experiências de natureza mística.
Embora ainda não exista consenso sobre a definição precisa desse fenômeno abstrato, muitos estudiosos o descrevem como "um estado de êxtase caracterizado pela perda de identidade própria e das fronteiras entre o mundo subjetivo e objetivo", acompanhado de "sentimentos de unidade com outras pessoas, a natureza, o Universo e o divino". Durante essa experiência, acredita-se que há um aumento da percepção espiritual e pessoal, com insights subsequentes capazes de transformar crenças e promover efeitos terapêuticos duradouros.
Curiosamente, alguns pesquisadores sugerem que a experiência de dissolução do ego, caso ocorra, seria um estado binário, marcado por uma mudança abrupta e potencialmente irreversível na percepção da identidade própria. Ela provoca mudanças profundas na consciência, atribuídas a alterações na conectividade cerebral.
Estudos indicam que, no caso dos psicodélicos, a dissolução do ego é um fenômeno dose-dependente, amplamente influenciado por estímulos externos, como a música. Entre esses compostos, a psilocibina se destaca por induzir esse estado de forma mais confiável que outros psicodélicos, como o LSD. Os efeitos terapêuticos dessa experiência têm atraído atenção crescente, especialmente no contexto do tratamento de transtornos como depressão e ansiedade.
Para quem deseja explorar os detalhes dos mecanismos neuronais e psicológicos por trás desse fenômeno fascinante, recomendamos a leitura de um artigo recente, disponível na íntegra:
Neural Mechanisms and Psychology of Psychedelic Ego Dissolution
Referência
Stoliker D, Egan GF, Friston KJ, Razi A. Neural Mechanisms and Psychology of Psychedelic Ego Dissolution. Pharmacol Rev. 2022 Oct;74(4):876-917. doi: 10.1124/pharmrev.121.000508