Como a psilocibina e a norbaeocistina influenciam o microbioma intestinal de ratos?
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Embora as pesquisas sobre os efeitos da psilocibina tenham tradicionalmente focado em seu impacto direto no cérebro, achados recentes sugerem que alterações em funções corporais fora do sistema nervoso central também podem contribuir para seus benefícios terapêuticos.
Há evidências de que a eficácia antidepressiva da psilocibina está relacionada ao eixo intestino-cérebro, um sistema de comunicação bidirecional entre o trato gastrointestinal e o sistema nervoso central. Esse eixo sugere que desequilíbrios no microbioma intestinal podem influenciar não apenas o sistema imunológico, mas também o bem-estar físico e mental.
Um estudo preliminar investigou como diferentes doses de psilocibina e norbaeocistina — uma triptamina presente em cogumelos psilocibinos — influenciam o microbioma intestinal de ratos. Amostras fecais foram analisadas pelos pesquisadores ao longo de três semanas após a exposição às substâncias.
Os resultados mostraram que, apesar de não haver impacto significativo na diversidade geral das bactérias intestinais, houve modificações notáveis em grupos bacterianos específicos. As análises revelaram alterações que dependem tanto da dose administrada quanto do tempo decorrido após a exposição, com mudanças observadas em certos grupos, como Verrucomicrobia, Actinobacteria e Proteobacteria.
Esses achados indicam que a psilocibina e a norbaeocistina podem modular o microbioma intestinal, o que ajuda a explicar como essas substâncias atuam fora do sistema nervoso central, possivelmente contribuindo para seus efeitos antidepressivos. Além disso, os dados sugerem que a norbaeocistina pode ser investigada como um potencial antidepressivo, dada sua semelhança com a psilocibina. Isso abre caminho para o desenvolvimento de novos fármacos que atuem no eixo intestino-cérebro, ampliando as possibilidades terapêuticas para transtornos mentais.
Referência
Xu M, Kiss AJ, Jones JA, McMurray MS, Shi H. Effect of oral tryptamines on the gut microbiome of rats-a preliminary study. PeerJ. 2024 Jun 3;12:e17517. doi: 10.7717/peerj.17517.
Disponível na íntegra:
https://peerj.com/articles/17517