Psilocibina como última esperança?
O sofrimento psiquiátrico irremediável é uma realidade dura, especialmente para quem enfrenta doenças mentais graves e persistentes sem resposta aos tratamentos convencionais. Em países como Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Suíça, essa condição pode levar pacientes à eutanásia. Mas e se existisse uma alternativa antes dessa decisão irreversível?
Pesquisas indicam que a psilocibina pode proporcionar uma mudança de perspectiva profunda, ajudando pacientes a ressignificarem sua dor e encontrarem alívio onde antes só havia desespero. Um artigo de opinião publicado no The American Journal of Psychiatry sugere um novo olhar: e se a psilocibina fosse um último recurso antes da eutanásia por sofrimento psiquiátrico?
Os autores do artigo destacam que muitos pacientes holandeses que solicitam eutanásia por sofrimento mental carregam uma necessidade terapêutica não atendida. Se a psilocibina puder reduzir esse sofrimento a um nível aceitável, será que ainda haveria demanda por eutanásia nesses casos?
A proposta inicial apresentada no artigo é investigar esse tratamento em pacientes com depressão resistente, onde já há evidências promissoras. Claro, ainda existem desafios éticos e regulatórios, mas a pergunta fica: não deveríamos explorar todas as possibilidades antes de um caminho sem volta?
O artigo está disponível na íntegra:
https://www.psychiatryonline.org/doi/10.1176/appi.ajp.20240121
Referência
Somers M, Scheepers FE. Irremediable Psychiatric Suffering, a Potential Indication for Psilocybin Treatment. Am J Psychiatry. 2025 Mar 1;182(3):243-246. doi: 10.1176/appi.ajp.20240121.